A oração do último século

Oh Deus de tantas coisas!

De tanto te pedir Senhor,

de ti me abasteço

E de tanto me silenciar

De tanto rir e de tanto chorar

E de me emocionar e de me compadecer

De me ver como ser tão frágil e
insignificante

Mas de ti vem o que em mim é bom

Pois o teu amor em mim é fonte

De não conseguir aplaudir o que tantos
aplaudem

e entendem engraçado!

De nesta vida ter tido a oportunidade

de querer um mundo mais igual e justo

E pelejar já faz tempo…

E de tantas vezes me emudecer com despedidas

Em coisas tão doloridas!

E logo a tua voz me faz confortar quem
precisa

E em outras me alegrar até na alma com as
tuas graças

De fazer reflexões que há poucos parecem
interessar

Mas que nos afetam a todos

De espalhar-me em amor por obras de justiça

E de nunca negar um abraço

Obrigado
Senhor, pelo meu desejo de ser melhor

Pelas
fomes de saberes e justiça

E
que nunca me seja permitida a insensatez

e
insensibilidade dos injustos

Pois,
meu ser não suportaria ser menor do que sou

 Nilson
Ericeira