Agora
eu sei que te perdi para mim mesmo
Meus
defeitos afloraram
Antes
eram virtudes
Agora,
feiuras
Minhas
feiuras e maus traços
Posto
que o meu peito sente,
ressente-se
Pena
não sei me pintar
Se
eu pudesse e soubesse me pintaria com as cores do teu desejo
Com
o doce do teu beijo
Com
o riso do teu encanto
E
com a vida da tua vida
Com
céu e tudo…
Mas
sou um moribundo
Vivo
no mundo da ilusão
Desfaçatez
Faço
tortuosos versos
Num
português vulgar
Incapaz…
Mas
sei te amar
Ainda
sei
Sinto,
ressinto-me
Olho
para a parede e me vejo na foto em preto e branco
Agora,
sem cor, sem som, sem traços, sem tom
Um
amarelado do tempo
Apenas
sobras do que fui
Num
labirinto
E
vagamente na memória do que foi o nosso amor
Único
e sublime
Mas
hoje até flores murcharam de saudade de ti dentro de mim
Os
passarinhos calaram
As
folhas quietaram
As
pegadas apagaram
O
som silenciou
Mas
ainda assim guardo essências tuas
Mas
espere um pouco, enquanto me guardo no armário do tempo
Quem
sabe assim, sentirei a brisa do vento que te toca
Uma
vez que não me olhas mais…
E,
no reflexo do nada, estou
À
sombra do invisível
Ericeira
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