Hoje
eu resolvi me elogiar
Ir
além do que meus olhos veem
Do
que meu coração sente
Do
que meu ser pressente
Pareço
não falar de mim
Escondo-me
entre os meus próprios escombros
Resolvi
tecer elogios próprios
Não
me encontrei, mas devo ser eu
Por
isso, autofagia, consumição, aflição…
Elogiar
a mim é tecer meus próprios fios
E
remexer o meu vazio
Ser
lúcido e louco
Ser
débil e forte
E
ser o devaneio do estado de um espírito
E,
então, como falar de alguém que não se conhece
Temperar
o próprio tempo, medir o ócio!
O
que fazer se não consigo ver virtudes
E,
se, na minha perfeição, a grandeza da imperfeição
Olhar-me
no meu próprio espelho
Buscar-me-ia
nos reflexos dos meus espelhos
Não
contei estrelas, pois não dou conta
Mas
espero passar o tempo com certezas e incertezas
Com
isso, um cérebro frívolo
Um
riso, umas lágrimas, uns caminhos
Amores
e desamores
Mas
nunca hostil ao convívio
Pois
sem o ser, nem um louco eu seria
Nilson
Ericeira
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