Uns egocêntricos

O céu, a
estrelas, as cores, as tintas

Todas as
tonalidades em panaceia

Não
basta!

Há os que
mesmo você se derramando completamente,

Não
basta

Porque
lhes basta o seu próprio ego

Todos os
rios e mares e até os amares

Tudo que
há para servir

Não
basta, pois basta-se

Porque
não bastam os outros

Mas
somente a si mesmo

As
virtudes, os defeitos, o bem e o mal

Os
ventos e os tempos

Os
choros de alegria e tristeza

A
certeza da vida e a certeza da morte

As
pessoas que já foram

As que
estão e as que ainda vêm…

Nada os
preenche antes que lhe seja abastecido no seu próprio ego

Não
podemos, não devemos, não conseguimos abasteces pessoas assim

Pois
tudo que lhes cerca é insuficiente se não for só seu

Ainda
assim só enquanto usam

Por isso
abastecem seu ego de si mesmas

Nunca se
importam o que passa a sua volta

E quando
perdem o que banalizava sentem

Pois vem
a solidão

E a
solidão, meu senhores, é dor que dói nos ossos, consciência e alma

 Nilson
Ericeira