Refazendo o ciclo da flor

Refazendo o ciclo da flor

A flor teima em nascer em mim todos os dias

Pesar das intempéries da vida

Livre solta, solta-me a voos…

Bato asas de saudade

Mesmo abatido, sobrevivo

É que as tempestades da vida não me podam

Pois vivo feito crias

Alimentando-me de unção

Ainda bem que tenho um coração

Que a teimosia dilacera

Pois recluso ao tempo

Fecha-se em si mesmo

E lambe suas feridas

Recolhe cicatrizes

Pois traído pelo próprio sentimento

Resta-lhe esperar os dias…

E outra vez, reviver o ciclo da flor

Guardar essências delas

Nas estações do amor

Nilson Ericeira