
Velejei só
Com meu riso amarelo
Sem direção, sem pressa
Velei com andorinhas e gaivotas
Sem anedotas
Sem cobertores
Sem amores…
Ganhei o céu na imensidão
Tornei coração estéril
Velejei só
Sem braços e pernas
Sem penas e dores
Voei…
Emplumei meu eu em meio a agruras
E levei minha dores não ditas
Malditas!
Com a mesma intensidade do meu riso amarelo
E olhos estancados
Num oceano vermelho e sangrada
E ferido no corpo e na alma
Antes fosse sagrado
Ainda assim velejo
Pois embora ferido, livre eu sou
Preso nas minha próprias correntes
Saio de mim e viajo além de mim
E, então, faço terno o meu abraço
Embora carente de enlaces
Pois sem amor todos somos estranhos
Uns bichos!
Portanto, no meu último sobrevoo
Saio, ensaio e volto a sentir
O que antes me fez estéril
Portanto, sou um ser sem riso
Sem fama, sem nada, vazio
Ainda que de voo em voo
Eu me procure em mim mesmo
Nilson Ericeira
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