Nas
entrelinhas…
Conto-lhes
meus versos
A cada
dia e de hora em hora
Nas
entrelinhas…
Quase
imperceptíveis percepções
Já na
quase senilidade, busco alforria
Mas não
se ria de mim
Não se
divirta com minhas fantasias
Muito
menos com alegorias
Sou de carne
osso, pele e sentimentos
Quisera
não sê-lo
Vivo a
me decompor e em análises
Por isso
falho até comigo mesmo
Do
fragmento que sou
Sei que
sou desprezível
Ainda
sim, digo-lhes tenho um coração
Seria
bem melhor não tê-lo
Mas sei
que não ando a busca de um ser perfeito
O
desequilíbrio entre os seres enobrece a muitos
O
banquete dos esnobes é farto
Mas
prefiro não ser convidado
Quisera
que o tempo se emendasse num tempo do outro tempo
Mas
desconexo
Por isso
vou, puxando uns fios de vida
E de
células bastecido
No amor,
aborrecido
Eu sei
que todos os dias sou cravado pela incompreensão
Mas a
culpa e o dolo são meus
De tanto
me desculpar, eu peço desculpas renovadas
Na
esteira do que sou, do nada
Contanto,
que contem os dias pra eu contar mais um verso
O reverso
de mim
Ou
vísceras, pois sei que, às vezes, não caibo em mim
Nilson
Ericeira
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