A viagem de um colibri fingido

Se
eu viajar

E
viajarei

E
eternizarei você no meu coração

Nem
só em imagens,

Mas
em tons e sons de dentro de mim

Se
eu não retornar

Eu
retornarei

Mesmo
em miragens

E
após a viagem…

Retornarei
para ecoar a voz de mim

Que
produzo todos os dias

Com
lides, composições, mediações, arbitragens

Aceitas
por mim
Prolatadas de corpo e alma

Pois
um juiz do meu juízo

Um
advogado da minha própria causa

E
quando e partir

Partirei,
partido, assumido

Assim,
igual o colibri de épocas

Que
quando volta, o aceitamos

O
contemplamos

Enquanto
do doce do amor nos adoça

O
salgado da vida nos tempera

E
ele nos seu espetáculo parece indiferente

Mas
vai e volta como se fosse sempre o mesmo

Assim,
me espere um pouco


mais um pouco

Eu
voarei…

Eu
voltarei

E,
então, ressoarei a voz do teu amor em mim

   Nilson
Ericeira