Flor,
tão simples, bela e sensual
Cumplice
do silêncio e desejos
De olhar
sedutor e ser de amor
Sê-de a
flor ao desabrochar
Sede de
mulher que quer amar
E a
maresia que ‘mareia’ meu coração
Flor da
estação
Quem nem
se apercebe, mas notada
No coração,
na oração e na alma
Quiçá
eu, um pedinte, estimulado pela beleza dela
Que em
figura ou em onda é mulher
Que de
tão bela diz coisas que escuto mesmo a distância
Passante,
passou, passarinhos
Num
arrebol distante, eu a grazinar distante
E se
pelo menos soubesse que sua essência reflete
Igual o
sol das manhãs
Humedece
igual chuva pertinente
Feito
folha que quer seu lugar
Lança
sobre o tempo os seus pedidos
Tomara
que um dia nun cantinho da vida, lá esteja
Fazendo
estrume, regando a natureza que dela proveio
E, ainda
assim, nem que seja de escora
Lhe
sirva, mesmo que senil
Pois no
teu amor velejo, vejo-me, velejarei…
E, quem
sabe, descendo rios
Encontre-me
com o teu amor
Ericeira
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