A saga de um poeta II

Pegar o Sol com as mãos.

Pegar na luz, ser oásis e deserto.

Ser do ser e o coração.

Ser a guerra, ser de piedade, sede Paz.

Ser do mundo, ser justo na falação.

Roubar o beijo.

Tocar no céu com as mãos…
Matar a sede de saudades.

Escolher inteiro e o todo.

Dividir, multiplicar solidariedade

Cortejar a luz, amar amante sua.

Imaginar imagens na lua.

Criar musas da imaginação.

Tocar nos seios dela, abrigar no corpo,

e ‘nu’ coração.

Contemplar todas as mulheres de sua paixão.

Vislumbrar possíveis, impossíveis, imaginários sonhos.

Ser o concreto e o enigma.

Ser o ponto, o fio, a meada, a malha e o tecido.

A tardezinha e o amanhecer,

Com sol em pino e ao escurecer.

Ser a asa, ser o voo.

A imensidão e acento.

Ser o canto e o encanto, o soluço e o choro.

Ser a saudade!

Ser chegada e partida, batida do coração.

Ser o silêncio e a unção.

Ser demônio, uns anjos e salvação.

A irreverência e toda oração.

O hino, o grito, arrebatação.

Pegar o céu com as mãos novamente e sempre.

Ser assim um pintor de sonhos.

Possuí-lo, colocar novos traços, escorregar nas nuvens.

Dá o tom das cores e ser arco-íris.

Encostar-se no dedo de Deus.

Amar o homem são.

Pedir proteção a um irmão.

Ver-se feliz na sua própria nação.

Subir as escadas da salvação.

Alcançar amor, desejos e sedução.

Louvar a vida, dividir o pão.

Esperar, esperançar-se do amor dela.

Olhar da sua janela o mundo.

Imaginar cenários, criar o mundo da sua imaginação.

Ser solidário, amar seu irmão.

Se-de de vida.

Sede a água pra saciar um coração.

Sede bandeiras, ser a luta e a aclamação.

Ser de saga, ser os pés e o corpo, a cabeça da salvação.

Nilson Ericeira (Robrielle)