Amor-aquarela

Amor-aquarela

Quando encosto em mi mesmo para desfaçar solidão

Logo percebe que nem tudo depende só de mim

Então me procuro em vão

Pois sei que lá fundo é dor do meu coração

Quando me vejo em escombros

Sei que não congo tirar com as mãos

Pois sei que de tudo que passamos

Nada será em vão

Outra vez me encosto em mim mesmo e aceno com as mãos

No meio da multidão e eu na solidão

Mas quando me vejo num poeta

Num pintor, escultor ou num artista qualquer

Tudo é possível, inclusive pegar o céu com as mãos

Ou mesmo te trazer nas asas da solidão

E logo tomo um pincel

E a minha vida, aquarela!

E, então, te ponho no centro de tudo

E lá dentro do meu coração
Logo vejo que tudo não passa de um sonho

E novamente ponho meus pés no chão

Mas sei que te trarei sempre comigo dentro do meu coração

Nilson Ericeira