Arari, a noiva cobiçada!

Arari, a noiva cobiçada!

A noiva admira-se de seus campos

De seu Rio

De suas fontes

Dos pássaros…

Dos passageiros…

Da vida

E de sua gente

E de tantas sementes

Mas há uma gente que insiste em estuprá-la
Sem a menor dó e pudor

É desamor

Por isso, a cobiça

Para tanto, fazem qualquer coisa

Se amam e se odeiam

Dilaceram nosso brio

Tudo isso em teu nome!

Oh Arari de verdes campos

De fartas águas

De brava gente
Da falta d’água

E da sequidão

Tens o arado do meu coração

E a semente da minha vida

Porém, filhos teus te sangram

Mentem, deitam e rolam

Fazem e farão qualquer coisa para te sangrar!

Não permitas que te vulgarizem

Que enfeiem e atolem a nossa história

Pois anunciam tardiamente os arremedos de um progresso nunca visto

Em ensaios para te seduzir, apenas

Mas falácias!

Agora, evidenciam uma sedução sem igual

Juras e juras de amor

Amor por tua posse

Pelo cofre dos impostos do suor de filhos teus

Negam e sonegam amor

Pois vendem ilusões

Oh noiva pretendida!

Não te deixes levar pelos enfeites

E ‘soluções’ de última hora

Pois a aurora te espera

E eu que o ar puro que de ti deriva

Pois o oxigênio da minha vida

Nilson Ericeira