
O mundo superficial de um poeta ou autobiografia
Em companhia de mim mesmo,
disserto mundos
E me olho em espelhos
E o reflexo de mim mesmo em mim
Ponho-me em devaneios
Viajo pelos mundos que eu mesmo inspirei
E em caminhos, descaminhei
Talvez por isso sou retrato fosco e amarelado pelo tempo
Sem nenhum prestígio
Sou o próprio obscurantismo do elogio
Signatário do desconhecido
Que vive a dá vida a coisas estéreis
Talvez por isso, solidão
Feito um lobo solidário uivo
A matilha indiferente
Aflijo-me com intempéries desde mundo
Ainda assim deslizo feito linha de rolo
Busco-me nas pontas e nós da vida
Ou na nuvem que passa e me leva…
Absorto, junto letras, faço versos, ironizo-me
Alguns deles sem nenhum sentido
Mas que me abastecem todos os dias
Assim, sei pertencer a um só mundo
Mas vivo no meu possível imaginário
Portanto, dialogo com o meu parceiro interior
E sei que ele não me negará abraços jamais
Afinal, deu-me mundos e cenários
Nos quais me aprofundo na minha superficialidade
Nilson Ericeira
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