Versos mudos II

Versos mudos II

O que tenho omitido

O que trago na bagagem

É represa

Inconfidência de mim comigo mesmo

Não há culpados

Um único:

eu próprio

Sigo neste monólogo de mim comigo mesmo

E externo solidão

E, pois mais que me esforce,

Descaminhos…

Do fundo da minha caverna

Não há luz

Sigo na represa

Meu habitat

Afogando-me

A cada dia volto à minha insignificância

Nos escombros em letras

Sigo, negando-me

Nilson Ericeira