
Na ilusão dos meus versos
Ou quase um gramaticídio
Ilude-me
Me ilude vida minha
Ilude-me no compasso do tempo
Pois iludir-me-ei por toda a minha vida
Descabida e sem sorte
Nem me notaram existir
Por mais que me dispusesse amar
De solidão penei
Em penas minhas
Varando noites
Trocando dias e noites em pernoites
No meio de uma ilusão descrente
É que me iludir fazendo versos
Declarando-me
Me iludir
Ilude-me a vida inteira
Nem pela metade fui assistido
Sem paleia, curtidas e públicos
Mesmo que de amor prometido
Solidão beira a minha vida
Do mesmo modo que as marés enchem
Beirando ao céu e a terra eu vivo
Não me despeço sem que antes me critiquem
Pois de ênclises e mesóclises
Estou cheio
Mesmo que duvide que em sã consciência não saiba pô-los
Pró-nomes, nomes…
Mas antes me comunicar comigo mesmo
À deriva de regências
Pois o mais importante é externar o que sinto
Assim do mesmo modo da minha mesóclise
Amar-te-ei por toda a minha vida
Ainda que em solidão
Pois, pois é amor o que sinto
Nilson Ericeira
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