Cinco anos sem Paulo César Ericeira (PC Ericeira)

Até parece que foi ontem, aliás, no dia 27 de março de 2019, um dos momentos de difícil superação.

Um dia de muita tristeza para nós que o amávamos. Eu que interagia com ele ao tempo que divergia, aprendia e me divertia, mas sobressaia-se sempre o amor de irmãos.

Não foram poucas vezes que estivemos em lado contrário da Política de Arari, mas, do mesmo modo, não foram poucas vezes que falamos e demonstramos um amor único e recíproco.
Para a nossa família e amigos, PC Ericeira deixou um legado de homem justo, de inteligência brilhante e, acima de qualquer coisa, um amigo dos seus amigos até o último recurso. E deu prova disto em vida, agindo ‘no risco’ de sua própria vida. E fez tudo por amor a Arari e sua gente!

Mas há uns poucos ingratos que seguem apenas a lei da conveniência e da subserviência, abomináveis, por sinal.

PC Ericeira, um escritor compulsivo, um pesquisador voraz, um poeta brilhante, um especial filho e pai dedicado e amoroso, pois fazia tudo pelo amor da sua filha Paula Ericeira, pela nossa mãe Eliesita, pelo nosso pai Crecy. Só para que se tenha uma ideia, a minha querida mãe quase sempre não o chamava pelo nome, mas ‘meu amado’.  E, quando Deus o levou, ela repetidamente falava isto até a exaustão, como ali encontrasse um ponto de luz para fazer que o nosso drama, o drama da sua perda, não era um acontecimento real.

Até hoje, ela despista e olha como um olhar desalento, pois ele e eles, os protegiam uns aos outros – meu pai, minha mãe e PC Ericeira –  nas suas interações diárias em Arari. Assim, eu entendi por que o certo era o errado era o certo, a depender da opinião de PC.

Nesse dia, eu fui surpreendido com um telefone de seu afilhado Leãozinho, que com a voz embargada e o coração igualmente dilacerado, anunciou o falecimento de PC Ericeira. Duvidei, indaguei, supliquei… Mas na mesma interlocução, reagir.

Certamente PC Ericeira deixou Arari para outra morada, porém nunca se apagarão suas marcas. E isto pode ser comprovado nas inúmeras pessoas que me abordam e me fazem encher os olhos de lágrimas.

Para mim, minha mãe, meus irmãos PC Ericeira não morreu e nunca morrerá, pois todos os dias falamos dele, lembramos dele, imaginamos como estaria aqui, quais os seus sonhos… E isto eu guardo.

Ninguém morre quando o coração responde, os olhos encontram, os sentimentos se harmonizam num só sentido: o de amar para sempre.