Arari, em dubiedade

Há muito lembrada e de amor guardado

Arraigado, requerido, querido

Há muito festejada com aparência de graça

Com muita gente de bem

É verdade

Mas com uns poucos que nos envergonham

Uma gente que quer seus bens

Que sangra nosso corpo,

Suga nosso sangue a champanhas e besteiras

Uma gente de uma nota só:

Dinheiro público:

Ah, os recursos públicos

Quando, por que, quem, como, o quê, onde

A gula da escravidão irrigada

Assim, só-riem, riem da nossa desgraça

É assim que expressam seu amor!

De uma gente manca,

do lado da conveniência

Uns espíritos de porcos

Covis no mesmo lamaçal

Porém, é bom que se expresse

O outro lado da prosa

Há filhos teus que resistem

Mesmo que de proles páreas

Marginalizados pelo pensar e saber

Paradoxalmente resistem

Estes, diferente daqueles,

lhes têm amor verdadeiro

Então, salve-nos nosso Bom Jesus

Livre-nos dos homens maus

Dai-nos a Graça da Santa

E abençoai Arari

Pois filhos teus com faces de aparente inocência

Nos sangram…

Asfixiam e nos matam

Nilson Ericeira