Análise política

Por Nilson Ericeira

Poeta, jornalista, professor, psicopedagogo e advogado

O modismo das palavras, as sementes do mal e a disseminação do ódio

Há palavras em moda: narrativa, discurso do ódio, de esquerda, de direita, de centro, ultra, neo, proto, pseudo…

Usar das palavras para dizer suas práticas ou mesmo escondê-las tem sido uma prática de quem é useiro e vezeiro da coisa pública. Agora, inclui-se mais uma: lacrar! Lacrar na mídia social, distorcendo a verdade ou colocando os seus discursos só o trecho do que lhes interessam. E isto cabe para todos os ângulos da ‘política’. A pequena política, apequena a política, por isso mesmo grafada em minúsculas.
Mas não se deve chamar de edição jornalística, pois nesta presume-se ética e profissionalismo, pelo menos.

Falar o que bem quiser e da forma que lhe convier – Há consequências…

Quem disse cuida disso usa – De forma em que não há santo na arena da ‘Política’, mesmo que esta seja empregada no verdadeiro sentido da expressão. Pois, há sempre uma disputa pelo poder explicita.

Com isso, a arraia miúda, aqui na base da pirâmide, pois excluída dos bens de Estado, que tem o tempo inteiro com seus direitos negados, no que lhe prometem fartura só no período das eleições, divergem, brigam, se desunem, se odeiam…

As semente da discórdia está posta explicitamente ou implicitamente, é só ver os símbolos e a linguagem. Procuram aliados e não dispensam nem o que é Sagrado! Tudo pelo poder.

Enraçado – comédia ou tragédia – Destruição dos lares, da família e falando dela como entidade especial e essencial! Paradoxo puro.

Não se analisa quem pode ser melhor para a gestão – Mas quem é isto ou aquilo, fez isto ou aquilo. Quem é o pior entre os piores?

A mídia social, que deveria ter tirado as pessoas do anonimato e até tirou e deu-lhes asas, e que muito bem poderiam servir de canal de informação e disseminação de boas opiniões, serve ou como rinha ou como palanque, com raras e honrosas exceções. Com isso, quem não quer perder ou perdeu ou permanece, usa desse canal para vender inverdades, salvo raríssimas exceções.

O certo é que o fato imediatamente deixa de ser real para ser ou parecer ser exatamente da forma que o emissor quer. Cabe-nos, entretanto, saber que somos pecadores e ninguém está a salvo, mesmo que a aparência nos leve a crer num puritanismo.