Alma virgem

Alma virgem

Em descompasso com meu corpo

Coração e consciência

Alma levada, lavada, penada…

Que me procura em mim

Indexa ao meu ser tão distante

Profana, profética, sem cor, sem dor, incolor…

Provoca-me vertigens só em pensar no dia do meu julgamento

Pois condena-me a asfixia

Razões de amar não me faltem

Nostalgia, solidão, aperto no coração

És uma mistura do tudo e do nada

Ainda que precise de ti a todo momento

Talvez para justificar devaneios

Transgressões do ser

Ainda bem que és alma virgem

E, assim, habitas na pureza do ser

E transcende…

Perpassa, sangra, dilacera e finge

Vem colorir meus dias

Enquanto a morte não chega

Mas enquanto o dia não termine

Prossigamos nesta matéria estéril

Nilson Ericeira