Meu protesto

É porque
ainda há tanta gente passando fome.

Eu
protesto!

Por que
os políticos enganam.

Eu
protesto!

Por que
você se deixa enganar tantas vezes.

Eu
protesto!

Por que há
tantos sem vergonha.

Eu
detesto.

Por que
o animal é menos mal que o homem.

Por que
esse coice humano.

Eu
protesto.

Por que
eu só encontro razões para amar.

Eu
atesto.

Por que
não tomei do cálice de Cristo.

Eu não
presto!

E nem
quis ajudá-lo a carregar nossa cruz.

Por que
eu me debati tantas vezes.

Eu
confesso.

Por que
tanta mentira entre nós.

Eu me
enojo, eu protesto.

Por que
o dinheiro não compra felicidade de ninguém.

Eu
incerto, eu protesto.

Por que
essa droga que mata.

Eu
enveneno, pois o que eu quero é que você se vá.

Agora
jaz, pois eu venero.

Eu
protesto.

Por que
a omissão desse Estado.

Um eu
omisso, eu protesto.

Por que
me enganaram de novo.

Eu me
detesto, eu protesto.

Por que
dessa ilusão midiática.

Eu me
calo, eu consinto.

Eu não
sinto e, então, protesto.

Eu
protesto.

Por que
vou morrer de doença social.

Eu anormal,
eu confesso.

E uns porquês
que não sei explicar.

Eu
incerto, eu protesto.

Por que
esse ventinho tão bom.

Eu me
manifesto, eu me encosto.

Os
porquês desta vida.

São
incertos, eu não presto.

De onde
vem essa essência.

Por que
desse amor manifesto.

Eu
acerto.

Então
protesto!

 Nilson
Ericeira