Em a fuga do tempo

Eis que um tempo mal vivido

Hediondo e encapuzado

Tempo de travestidos

Sujos e imundos

Molambentos…

Desumanos

Escórias

Eu queria me esconder no tempo

Mas vejo que faz sombras

Tem portas, mas prefere-se hediondo

Macula, mente, propaga, matam…

Insensíveis!

Irascíveis!

Pobres homens pobres

Que consomem seus tempos com vandalismo

E evocam e avocam o nome de Deus em vão

Caminham ao descaminho

Em tempo manchado pelo ódio, desamor e sangue

Lágrimas, tristeza e morte…

Catacumbas!

E o céu, os céus à deriva

Que horror!

Terror!

E o tempo?

Esvai-se na brutalidade de alguns

 Nilson Ericeira