Me umedece na face e jorra do meu
coração
Às vezes me machuca, dilacera-me e
parece me tomar
Noutras me conforta
Olho para o céu e sei que é morada
Para as estrelas, e vocês no brilho
delas
É uma saudade que parece banzeiro do
mar
Vai e vem todos os dias e parece ser
igual
Mas não é
Todos os dias eu sinto este amor em
mim
Minha face em águas
Meu coração disfarce
Assim vou seguindo em marcas e
cicatrizes que a vida me fez
Mas desta saudade não me afasto
Vou buscar quem mora longe
E dialogo!
No meu refúgio e silêncio, o
estampido do tempo
É que tem dias que dói, parece-me que
naqueles que não sabemos evitar
Do mesmo modo que sei que amor
ausente não tem cura
Vou escrevendo em cifras de amor e saudade
Mas sempre com uma saudade de alargar
meu ser
Ainda bem com o poeta pode:
próclise, ênclise e mesóclise
Mesmo que seja para seu sentimento
externar
Dê-me as tuas mãos
Me dê teu coração
Dar-te-ia meu amor inteiro
Nilson Ericeira
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