Os imorais

Dormem agora em sono tranquilo homens e mulheres despidas de sentimentos

E nus de
moral

E dormem
sem dor na consciência

Pois não
se pode ter estimulo do que não se tem

Pobre
dos pobres que neles confiam

Pobres
de nós pobretões que suamos, ralamos, esmerilamos para nada

Sustentamos
o ócio e graça de muitos

E ainda
se sentem no direito de expurgar os pobres

Mas
pobre deles sem nós

Excluídos!

E ainda
sonham com seus teres, poderes, fazeres…

Não uma
gente vil que vilipendiam os pobres

E acham graça
do que não tem graça nenhuma

De bocas
imundas seguem defecando por croacas

Então,
viva quem dorme o seu sono tranquilo

Sem
medo, sem vícios, sem charlatanismos

Qual
será então a podridão mais iminente que se forja?

 Nilson
Ericeira