Os bons Carnavais em Arari e o meu saudosismo

Lembro-me
quando arrumávamos as nossas malas para ir a Arari passar o Carnaval. Isto não
faz muito tempo, ao chegarmos, por vezes, nem íamos logo a casa, parecíamos ter
pressa para não perder um só ‘lance’. Assim foram alguns carnavais da minha
vida e de centenas de pessoas da minha cidade.

Por
vezes tínhamos os nossos locais determinados, mas outras vezes improvisarmos. O
importante era nos divertimos. Não me chamem de saudosista, mas antes era muito
melhor!

No
casino, Arari Club, Boate Nema ou no Bidoquinha. Nos blocos de rua ou nos
bares, não importava a fantasia, tudo era Carnaval.

Quem,
daquele tempo, que já brincou ou gosta de Carnaval, ainda hoje não se recorda
daqueles bons tempos! Basta que na ‘vitrola’ toque: “Olha a cabeleira do
Zezé… Alô, alô papai, alô mamãe põe a vitrola pra tocar…” Tudo, logo na
chegada a Arari, nos remete a esses tempos.

E
os matinais! As crianças e os adultos, em que os pais levavam seus filhos…
Era uma alegria só!

E
os blocos tradicionais? Quem não lembra da Turma do Saco, do Botafogo, do Mirim
e tantas outras! Os mais novos dificilmente sabem que tivemos desfile de escolas
de samba ou blocos de fantasia em Arari. Ali, de certo modo, havia um
exibicionismo, mas havia o principal, a alegria de fazer parte de uma dessas
turmas. E olha, marcaram época.

Eu
mesmo me arrumava todo para ajudar em tudo que era possível nas minhas duas
escolas: a Associação Mirim e a Turma do Botafogo.

Mas,
antes que alguém se apresse para se referir ou retificar a incompletude e inexatidão
deste tecido, apresso-me de igual modo, para dizer que Arari é um Município dos
mais ricos culturalmente do Maranhão, embora, ultimamente, pouco se tenha feito
em fomento e incentivo para tal área. E adianto, há muitas outras instituições
que se passaram e passa em nossa terra.

Pode-se
até não se gostar de Carnaval ou de quaisquer manifestações culturais, mas
nunca, por qualquer convicção de qualquer coisas, desprezar a Cultura.