Ara ali no meu coração
Arari em terra fértil
Ah que amor imenso:
Teso, terra, torrão e ‘bulão’,
os sentido do meu coração
Terra cinza na canela seca a doer na alma
Pés descalços, ‘caiambuca’, rede, caniço, lamparina…
Cheiro forte de querosene
No céu, pontos de luz
No chão, rico do caminho
E bote perna, cambitas tão finas
Nem se atreviam a por ‘pelecatas’
Tão meninos ainda
Ao lado, a folhagem dava o tom
Grilos, muriçocas, caturros, cigarras…
E conversê!
Eram prosas que não acabavam mais
A estória da onça de Juca Leite
Desta, ouviam-se até os roncos
Nos meninos, o medo e o corpo gélido
Ali, de súbito, logo imaginávamos que a bicha aparecia
Tão grande e tão feroz, iguais a estórias de antigamente
E de vez quando víamos coisas!
Impressões da folhagem caindo
Enquanto, os nossos velhos nem se importavam
E logo ali se tinha a fonte
Fonte de amor e vida
O lago do paradoxo, meu lago da vida
Quanto mais nos alimentávamos
Mais ingratos seríamos
Ah vida, por quais caminhos ainda me levará!
Se desse amor que vivi ainda vivo
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