Pátria
pária VI
Ah minha
pátria pária
Quantos ainda
precisam morrer em ti
Quantos
sem teto, sem esperança e sem sorte
E
quantos resistem em solo teu
Quanta
gente agoniza, definha, agoniza e morre
Sofre e
rala e ainda assim decanta amor por ti
Oh
pátria amarga, amada por filhos teus
Pátria
de sangria e alegorias
Discursos
vazios e sem rumo
Que
elevam teu nome e profetizam um santo nome
Que te
colorem todos os dias em coloridos
Multicolor
no amor, apesar da dor
Pátria
que definha em dias crescentes
Há um
mar de gente que se ilude
Vivem a
glorificar o inócuo
A velar
frases de efeito e sem sentido
Até Deus
é usado…
Em
prateleiras rasteiras
Melhor seria
enxergar
A ter
que amargar extremada dor
Minha
pátria de chuteiras
De
cachões, sepulcro e bajuladores
E assim
nem as sobras dos pães que o diabo amassou no resta
Ah
pátria, resta-nos o protesto
O amargo
de ser uma pátria pária
Assim
atesto a minha própria desilusão
Mas ainda
bem que não me perdi do teu amor no meu coração
Ericeira
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