A educação como instrumento de mudanças e geradora de esperança

 Trabalho com educação há
exatos 42 anos, de forma que não escamoteio meu início, até porque me traz
dignidade. Vi e fiz muitas coisas durante todo esse tempo, não obstante a
determinados discursos dissonantes da realidade, percebi boas intenções de
alguns gestores.

Trabalhei com pessoas
extremante inteligentes e bem intencionadas. Uma vez a nossa inesquecível
professora Georgina (da Seduc) me falou que nós éramos um pouco de cada um e de
todos. Agora eu compreendo.
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Costumo dizer que aprendi
de algum modo por cognição ou mesmo por exaustão. Isto porque adotei um método
de aprendizagem escutando os que supostamente sabiam daquele assunto, mesmo que
dali me gerasse desconfiança e questionamento. Acho que sou um inquiridor de
minhas próprias dúvidas, por assim me expressar.

Às vezes enquanto limpava
a sala ou mesmo quando servia um cafezinho para os assessores, prestava atenção
em quase tudo. Lembro-me que o termo ‘assessoria’ soava nos meus ouvidos como
um composto de pessoas extremamente gabaritadas e inteligentes. Com o tempo,
vir que não era uma regra, apesar de muitos deles merecem àquela denominação ou
função técnica.

Acredite, eu lembro e
quase todos os nomes das pessoas daquela época!

E de peça em peça fui
compondo o meu repertório de extrema vontade de aprender alguma coisa. Hoje eu
posso dizer que não sou desiludido com o pouco que aprendi, mas restou-me a
essencial vontade de continuar aprendendo. Mas de tudo que incorporei na minha
vida de observações e aprendizados, talvez o mais importante: de que a educação
muda o mundo e transforma a vida das pessoas.

Mas eu sinto que é preciso
fazer mais e provocar na sociedade um desejo pelo conhecimento como forma de
perspectiva de vida e esperança. Precisamos nutrir isto no tecido social, a
partir de nós e das autoridades que têm, ou pelo menos deveriam ter a
responsabilidade de fomentar e disseminar a Política da Educação.

Muito pouco ou quase nada
foi feito neste período tenebroso. Mas há um esforço estremo de mostrar um
pouco do nada. Tarefa difícil!

Respeito completamente
toda ideia em contrário, pois talvez com argumentos e dados eu possa mudar de
opinião.