O número de mortes por covid-19 é mais que número, são pessoas

É
evidente que a redução no número de mortes por Covid no Brasil nos traz algum
alento, mas de todo não nos conforta, pois a dor vai muito além dos números. Até
parece que nos bate um alento quando da divulgação dos dados, mas quando morre
uma só pessoa que seja, sentiremos falta e sentimos profundamente.

Sentiremos
para sempre como parte integrante da nossa vida. E sempre nos faltará algo…
Algo que não saberemos explicar, não saberemos resolver, não sentaremos nossos
pés no chão, com extrema flagelação por muito tempo. Por mais que não nos
faltem abraços de consolo.

Eu
imagino que estamos por aí a dizer: “olha, hoje morreram só tantos”. Ou de
igual forma: “a média de mortes foi tal”. Está diminuindo de alguma maneira,
mas não podemos deixar de perceber que além dos números estão as pessoas. É
isso que esperávamos de algumas autoridades, pois não conseguiram e não
conseguem se sensibilizarem com a dor dos outros.

Apesar
do aumento do número de vacinados, apesar da diminuição do número de infectados
e consequente diminuição no número de mortes, precisamos continuar alerta, pois
todo o cuidado é pouco. Sentido em que o uso de máscara, a higienização das
mãos e do corpo e evitarmos aglomerações. Pois, está muito claro que apesar do ‘retardamento’
da vacinação, porque interesses escusos gravitavam, que demandou muito tempo de
lenga-lenga sem menor objetividade, há a esperança que voltemos à normalidade.
Sei que o mais ignorante dos seres humanos deveria pensar e agir assim: tendo
cuidado consigo e com os outros!

Tudo
isso para dizer que as pessoas têm sentimentos, os números são estéreis. E
quando falamos de sentimentos, a unidade ou o milhar tem valores iguais: valor de
vida humana.

Quem
perdeu um parente, uma amigo, um irmão, como foi o meu caso, não pode repetir o
discurso do obscurantismo, mesmo que tenhamos o mais absoluto direito de termos
opções ou lados. O que não podemos, não devemos, não deveríamos nunca em
qualquer circunstância, era numa ausência de simples gesto de amor ao próximo, ignorar
o conhecimento e a ciência. Pois, não minha peculiar redundância, quem ignora a
ciência, a vida, a liberdade de aprender e ensinar, não pode em hipótese
alguma, ser agente multiplicador de informações (leia-se educação
transformadora), isto em quaisquer áreas do conhecimento. Pois agentes de conceitos
nulos, por assim me expressar.