O homem poderá perguntar pela última gota d’água.
As últimas moléculas.
Sua última flor e último espinho.
Poderá sentir a falta da essência dela.
E do espetar do espinho.
Poderá ter sua casa reduzida a poucas paredes.
Ou parede nenhuma.
Poderá ouvir-se na solidão em sequidão e escuridão.
Seu eco tão vazio, seu sistema tão destruído.
Seus rios, seus plantios tão tristes…
Seu veneno.
Suas toxinas.
Seu mar, mares, amargos.
Seu peixinho já sem sabor, sem alegria, em desovas
inúteis.
Poderá um pássaro cabreiro morrer de frio ou de calor.
Poderemos não nos ter em nossas mãos.
Certamente a aflição.
E o ar de tão cinzento não aguentará e se derramará a
qualquer tempo.
As queimadas, a destruição, a ambição que combinam o
preço da expulsão.
E a vida!
Aflita ela pede salvação.
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