Sou o que não sou
Suo com o som do som
O som do som me faz soar
Sou um ser que sabe amar
O amor sabe que o meu ser sabe amar
Só não ouvi o som dos sons
Com sono adormeci sem suar
Soou o som do verbo amar
A carne é o verbo
O verbo é a carne
Já escuto o som doutros ventos
Ventos, ventanias, maresias do meu
coração
Por isso sei que sou o que sou
E sei que soa em mim a voz do meu
coração
Lá fora outros escutam os sons
Noutros lugares homens suam para
laborar
E soam seus versos da labuta da vida
Sós nem escutam os versos ecoarem
Pois são o que são e o que se produz
nas canções
Eu sempre insisto em escutar a voz do
meu coração
Vozes e nós que fazem malhas dentro
de mim
Por isso que eu digo e repito que eu
sou o que sou
E sou o que meu verso soar
Perco tudo, mas não perco a esperança
de amar
É esse o verso que me permito ressoar
Nilson Ericeira
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