Ararizei

Hoje eu ‘ararizei’

É que
sair e fiquei em mim ao mesmo tempo

Assim,
levitando no tempo

E sentir
vontade de sair correndo e ir te abraçar

Andar
nas tuas ruas e morrer de rir

Dar
pulos e carambolas na beira do rio

Sair a
passarinhar…

E
depois, ficar a espiar os mais velhos contando boa estórias

Hoje eu
sentir vontade de pular da ponte

Gritar
olha a maré!
Lá vem, lá vem, lá vem…

De ver,
ou melhor, escutar o sino da matriz bater

De
orlar, esmerilar, engraxar…

Ah que
saudade!

Mas uma
saudade tão boa de sentir

Igual a
do nosso amor por tua existência

Saudade
das tardezinhas vendo passarinhos passarem

E ali,
uma flor menina, a paquerar

E assim
me desloquei no tempo sem precisar sair dele

Vi
Nazir, dona Áurea e Guilhermina anunciarem a vida chegar

”Mais um
criado às ordens”!

Ouvir
seu Bina o sax tocar: alegria, harmonia, sinfonia…

E assim,
sou maestros dos meus próprios sonhos

Vou
dizendo versos de ti que estão em mim

Versos
de amor por ti Arari

Então,
ararizei igual a água do rio que te banha e torrão do teu chão que te reveste

Da mesma
forma que o gosto do teu peixe me dá

Da mesma
alegria que o meu coração te faz amar

Sem
nunca me esquecer que o que sinto por ti é o amor do meu coração

 Nilson
Ericeira