Choro reprimido

 Quando a
saudade aperta, desfaçatez

Ilucidez,
sangria, melancolia…

Nuns
dias de lembranças e de solidão

Com
batidas doídas lá no coração

Ressonância
de amor contido, choro reprimido

Soluço
constante de uma busca imperfeita

Olhares
a ermos, vista turva, coração gélido

Passos
sem fim…

Por
vezes penso que saudade é o que não devíamos sentir

Pois
choro sufocado, ar asfixiado, pássaro sem asas querendo voar

Assim,
seco-me, do rochedo que sou

Mesmo com
aparência livre, em choros reprimidos

Ainda
assim eu grito: eu te amo!

E
continuarei a criar cenários, criar enredos

E viver
sempre a encenar, na esperança de um dia, soltar meu choro e distribuir meu
riso

Agora
vou secar minhas lágrimas que a saudade ainda não conseguiu estancar

 Nilson
Ericeira