Dormem agora em sono tranquilo homens e mulheres despidas de sentimentos
E nus de
moral
E dormem
sem dor na consciência
Pois não
se pode ter estimulo do que não se tem
Pobre
dos pobres que neles confiam
Pobres
de nós pobretões que suamos, ralamos, esmerilamos para nada
Sustentamos
o ócio e graça de muitos
E ainda
se sentem no direito de expurgar os pobres
Mas
pobre deles sem nós
Excluídos!
E ainda
sonham com seus teres, poderes, fazeres…
Não uma
gente vil que vilipendiam os pobres
E acham graça
do que não tem graça nenhuma
De bocas
imundas seguem defecando por croacas
Então,
viva quem dorme o seu sono tranquilo
Sem
medo, sem vícios, sem charlatanismos
Qual
será então a podridão mais iminente que se forja?
Ericeira
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