
Acho a minha vida é um ensaio
Por vezes saio do script
Não à toa poetizo
Humanizo-me
Brutalizo-me
Firo-me, mutilo-me
Omito, finjo, minto a mim mesmo
Mas tudo muito bem consentido
Dentro do meu labirinto
A vida é um grande palco
Onde vivemos a representar
Nós, uns atores
As cenas nem sempre dependem de nós
Passamos a coadjuvantes
Queremos coisas e mais coisas
E esquecemos pessoas
Nosso egoísmo nos tem afogado
Em determinadas cenas os aplausos não são aplausos
São desdéns
Portanto senhores, ensaiemos os próximos atos
Nestes eu não preciso de textos
Nem de falas, nem gestos, acenos
Precisa chorar, chorar muito…
Depois vou rir de mim mesmo
Com as gargalhadas da vida
E dizer que eu não sou eu
Que vivi de ilusão
Vi numa aparição
Buscando quem mora longe
E esquecendo de mim
Acho que sou a cena do meu próprio nudismo
Ridículo por me negar muitas vezes
E ter que me enfeitar para te dizer quem eu sou
Ou mostrar uma face fora de mim
Ainda bem que reconheço essa estética burra
Mas enquanto ainda não fecharam a cortina
Dará tempo de te ver na plateia
E te dize que te amo
Nilson Ericeira
(Robrielle)
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