
Memórias póstumas de Paulo César Ericeira de Sousa (PC Ericeira)
Era uma vez numa noite enluarada. O mês, junho, o ano era tão distante. Sentados no pau da paciência, na Rua da Franca, Pedro de Aprígio, Zé Banha, Elisiê, Gonzaga, e Todo Duro. Aí vem as estórias! Pedro de Aprígio (Pedro Cabelo) falava das belas jogadas que fez principalmente quando jogava descalço, dos gols que marcou numa partida em que o goleiro era cego de um dos olhos; Zé Banha contava suas histórias de pescador, das mitras, das visagens e piadas lá pras bandas do Igarapé de João de Mato; já Elisiê se sentia um verdadeiro fidalgo e se inchava todo para trazer a última fofoca, era ‘letrado’ e tinha histórias mirabolantes; Gonzaga era o fanfarrão, contou que um certo dia, veio jogar em Arari um time da capital, São Luís. Zé Ericeira (padeiro) era o anfitrião. Zé Ericeira (Seu Zequinha Ericeira) recepcionava as agremiações que vinham jogar no estádio Santos Dumont (Campo Grande). Logo fora servido o almoço e um engraçadinho do time falou que “a comida estava sem sal”. Gonzaga, pensativo disse para si mesmo: sempre tem um engraçadinho. Ouviu tudo calado e correu pelos fundos da casa, foi até a casa de Pedro Ericeira e trouxe uma bacia cheinha da sal grosso e colocou sobre a mesa e bradou em voz alta: “tá aí te farta cavalo!”
Quem sentava no pau da paciência não poderia ficar sem contar a sua estória e aí que “Todo Duro” também tinha a sua estória para contar. Disse que estava namorando uma bela morena da Rua da Beira e contou uma estória de arrepiar cabelo. É que segundo ele, “lá no Carne Seca tinha um serrote que serrava sozinho lá pelas tantas da noite, pois era só a luz apagar, que o serrote mandava brasa”. Essa estória foi confirmada por um dos filhos do senhor João Pedro de Sousa, que tinha o apelido de cabeça de onça. Cabeça de Onça vinha sempre pelas tantas da noite do bairro Perimirim onde namorava uma bela loira. E numa noite, foi acompanhado pelo bode preto e pela galinha preta. O que você pensa que fez Cabeça de Onça! Isso mesmo que você está pensando, meteu os pés na carreira e chegou a casa todo sujo.
No próximo capítulo, contarei a história da galinha preta e seus pintinhos e um patinho feio.
Eu aumento, mas não invento.
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