PALAVRAS TEMPERADAS/PALAVRAS ENVENENADAS

Começamos juntando letras lúdicas

E em viagens só nossas

Compartilhadas com nossos iniciantes

Assim construímos cenários

Em princípio, produzidas letras em outros lábios

Fazemos o nosso mundo colorido

Ainda inocentes, agradecemos

Depois nos apoderamos
ingratos!

O que são palavras doces,

Palavras-caminhos…

Apontam rumos

Logo depois, empoderamos

Podemos! Envenenamos…

Indiferentes e insensíveis

Aproximamos coisas e pessoas ao sabor dos nossos interesses

Pessoas convenientes

E temperamos nossas palavras ao sabor da vida

Ou do amargo das circunstâncias

Por vezes nos intoxicamos

Envenenamo-nos

Ou envenenam-nos

Possuídos, poluídos…

Assim, o que eram traços de intenções

Ganham asas e adocicam ou envenenam a vida

O que era para ser canteiro

Uns túmulos edificados

E as letras?

Postas ao sabor dos dígitos e das intenções

Estas que eram livres e formavam plumas

Agora, aprisionam

Mas quando tecemos em outros fios da vida

A nossa sintaxe pode ser de amor e respeito

Assim, resgatamos a primeira penugem

E podemos voar livres…

Fazendo da vida o sal e o doce do temperar humano

Ainda que nos faltem letras postas

Pois a nossa semântica é em letra por letra

Amar o próximo

Nilson Ericeira

(Robrielle)