O homem do invisível

Que sente e não diz

Que expressa e não fala

Esconde-se nos seus próprios escombros

Que faz da vida a sua caverna

Das letras, um submundo

No seu céu obscuro

O clarão de suas ideias

Ver nuvens onde há pegadas

E sonha todos os dias

Produzindo cenários

E clama no paradoxo do Deus que segue

Ainda que se renove na fé

Ver-se no cenário do invisível

Intoxicado que está pelas agruras da vida

Não se ver, não se enxerga e percebe

Pois na caverna não há janelas

Vale-se então de sua escuridão

E acende então o facho de suas lamparinas

Nota que há um arco-íris em nós

De centelhas, ou melhor, das tintas do amor

Pois ainda que não compreenda o mundo

Recolhe-se aos seus escombros

Se é que alguém já não tenha se escondido por lá

Aí travar-se-á uma nova peleja

Pois os invisíveis não têm forma

Talvez um de nós saiamos como vaga-lumes sem rumo

Eis uns pirilampos no infinito de si mesmo

Ora visíveis, ora opacos no mundo do invisível

Nilson Ericeira

(Robrielle)