
Trago no peito um grito
Que derrama
Perturba, pororoca
Alaga, represa
Trago no coração a força de uma canção
De quem ama
Em notas invisíveis
Que deságuam, reprimem
Trago anúncios
Prenúncios de quem ama
Cultivo no peito a essência da flor
Pois um feitor do amor
Artesão da vida
Que vive a imaginar
Portanto, desaguo em mim
Oceanos, enfim
Trago uma embarcação
Vivo a velejar
Vou além mares
Belisco os ares
Converso com o Pai
Visito solidão
Em andorinhas e gaivotas
Mas sinto amor no coração
Acho que sou um artista
Pois vivo a achar graça
Do nada que deveras faço
Nilson Ericeira
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