O fluxo do tempo

De tempo em tempo viajo no tempo

Busco-me em mim mesmo,

e viajo…

Por vezes, deparo-me em encruzilhadas

Mas não perco o voo…

Risco o céu da minha vida

Faço da vida,

aquarela

E de baldes cheios com as tintas do meu amor

Assim, menino, homem, sênior…

Um poeta sem nexo, sem rumo e com um destino inescapável

Mas a todos comum

A vala da solidão eterna

Mas me atenho em elos, pessoas e na infinitude de Deus…

Retomo, encontro meu choro

Escuto o meu grito e ecos

Dou voz ao silêncio da minha voz

E procuro escutar sempre meu coração

Faço canções, crio notas

Sem sentido, talvez

E retomo pelos caminhos do inconformismo

Mesmo taciturno e velho imploro abraços

Quero ser correntes da libertação

E negar cárceres

Pois é assim que seguro o tempo

Nilson Ericeira