Melhor seria chamá-los de pestes
Mas não os chamarei
Não desmerecerei as tais
Pois a elas, estranho não seria
Portanto, uns corvos falantes
Urubus delirantes
Ratos do que é público
Ratazanas insanas
Mas quem disse que os roedores a estes se assemelham!
Deixarei então de tais analogias
Pois para não ferir a alma dos ratos
E os vermes não se chatearem
E nem haver reboliço nas pocilgas
Então, falaremos com gentes que não têm faces humanas
Agentes moedores de vidas
Que dilaceram as pessoas
Ceifam esperanças
Matam perspectivas de tantos
E as deixam em condições sub-humanas
E ainda fazem a festa quando aparecem
Prontos para o golpe fatal
Talvez as suas facetas já não colem mais
Mas enquanto não acordemos
Nos usarão como objetos de uso pessoal
Mas se gente não é coisa descartável
Por que acreditar em bichos com formato de gente!
Proponho então uma reunião
Chamem os corvos, os ratos, o urubus
E tentem conscientizá-los de que todo bicho tem lá sua serventia
Mas que seria do ambiente sem os corvos e urubus!
E dos ratos sem os micróbios
As bactérias sem esse tipo de gente!
Nilson Ericeira
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