Uns sarcófagos num naufrágio

Uma gente vil

Que se diverte com a morte alheia

E que seguem o enterro fúnebre

Mas presta condolências

Agem como agem os micróbios

As espera da carne

Micro-organismos à espera da presa

Uma gente que devora a carne antes da morte

Que sorte!

Mas há os que fazem parte da ceia

E criam em série bactérias patogênicas

Alimentam seus descendentes

E escancaram a boca cheia de dentes

Podres homens!

Que se alimentam da vida alheia

Mostram-se solidários

Em facetas, piedades, caras e bocas

Pobre de nós que somos ‘governados’ por essa gente

Pois rezam e oram juntos de mãos dadas na hora da cova

Ainda bem que Deus não os escuta

Nossa cicuta é o nosso voto

Pois ratificamos essa podridão

Logo mais umas urnas no esperam

Ou para o cárcere eterno

Ou para a libertação

Mas tomara que os sarcófagos não estejam de plantão

Nilson Ericeira