Por vezes criamos mundos
Uns que vivemos neles
Habitamos
Outros aos quais velejamos
Velejarei
E acho mesmo que vivo no mundo viajante
Em que me ponho asas!
Dou-me nos mares e ares
Subo ao céu
E percorro aqui no chão
Dou asas à imaginação
E quando penso que perco o controle,
assento em mim mesmo
Igual um velejador no tempo…
Um criador de sonhos
Que passa o tempo buscando o impossível
Decifrar o indecifrável
Compreender o que não se quer compreender
E tentando amenizar minhas próprias tempestades
Em busca de um amor que existe só em mim mesmo
Mas apaziguador da dor deveras sentida
Por um amor de abstração, embora sentido e consentido no coração
Por vezes quisera não ser eu mesmo
Ativo e passivo na construção de sonhos
Pois eu mesmo sei do impossível
Talvez assim, fazendo das letras argamassa da minha vida
Possa ser que um dia controle esta embarcação
Que nada mais é que objeto da minha imaginação
Mas se inspiração não tiver,
experimentarei solidão
Nilson Ericeira
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