Arari num revoar…

Eu sou de onde ecoa a Jaçanã no mato

Feito garça comensal

Sou de onde gado urra no pasto

Sou flor de mata-pasto

E flor de algodão

E toda diversidade que há

Sou o peixe em piracema

Sou flor de ‘açucena’

Sou pescador do Nema

E me alago no Lago da vida

Pois ancoro no Porção da Beira

Enquanto no céu um bando de marrecas passando…

Buscando morada em outro lugar

Eu sou o silêncio do rio que passa

Sou a tempestade de muriçoca

Eu sou a sinestesia com toda essa gente

Sou semente de melancia

E no peito só alegria

Da água doce que se encontra com o mar…

Eu sou o golfão

Pois eu sou esta ânsia de amar

Eu sou o tempero completo

O cheiro da lama visguenta

Peixinho frito na banha

Eu sou esta chama de amar

Sou uns festivais da alegria

Sou um ‘baixadeiro’ de Arari,

Por isso tanto garbo neste contar

Pois me orgulho de expressar coisas assim

Sou filho, sou pai e por ti cultivo um amor sem igual

Mas eu sou mesmo é àquela andorinha que belisca as águas

E finge que vai embora para nunca mais voltar…

E na aurora ou em qualquer estação,

lá está outra vez no mesmo lugar

Mas fiquem certos que eu sei de onde é a fonte deste expressar

E sei que Arari é muito mais do que acabei de prosear

É o sentimento mais bonito que há dentro do meu coração

Nilson Ericeira