Arari e meu último desejo

Meu primeiro e último desejo

Amar-te por toda a minha vida

E além da eternidade

Além dos mares e ares

Galáxias enfim

E no meu mais abrasivo desejo

Amar Arari todos os dias
Em dias e noites

Faça chuva, faça sol

Chão de mim

Jardins da minha vida

Só em ti sou feliz

Pois minha lama,

O meu verniz

Meu prato cheio de ‘curimatás’

Minha ânsia de amar
Meu amigo primeiro

Meu terreiro, meu chão

Arari meu amor, minha paixão

Meu primeiro amor da escola
Ah, na escolinha…

Minha cola de sapateiro

Meu cheirinho de café

Meu prato de lata de doce

O jirau, o ‘peitori’…

A vida sobrando

Fábrica de sonhos
Por ti sou pessoa inteira
Sou poesia incompleta

Mesmo que cabreiro com os que te sugam

Ainda que discursem de modo estranho

Uns páreas travestidos de filhos
Por isso é minha a antipatia

Mas bem que nos vestimos da tua sublimação

Pois assim te digo

És a ti que amo

E se deveras esconder meus desejos

Explicito:

Eu te amo!

Nilson Ericeira