Quando quase todos já domem na polis
Homens devoram homens
Uns ratos devoram o queijo
Homens maquinam
Homens máquinas
Máquinas de devorar homens
Em voraz interesse no que é do outro
Famintos, homens se alimentam de ilusão
Outros pregam a restauração
Outros e outros e mais outros…
Outros em depressão
Pois é podre a podridão
Mas a polis ressona tranquila
Enquanto é saqueada, sacaneada, delapidada, dilacerada…
Mas há uns ‘esteticitas’ de letras marginais
Pagos com as penas da morte
Com a sobra ou sobejo alheio
Com sangue humano
Canibais!
Cães e mais…
Mas enquanto a pocilga fede
Há quem ronde a casa grande
Depois recolhem-se as senzalas
Então, segue o jogo
Na jogatina tudo vale
Mas enquanto isso,
a polis sangra
Nilson Ericeira
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