A petição do amor

Hoje peticionei no tribunal do meu juízo

e busquei os acordes do meu coração

Enderecei os meus pedidos ao meu próprio senso

e razão de amar

Qualifiquei-me com os predicativos de quem ama

e quer ser amado

E de douto amor me dispus

E coloquei dos fatos

Do direito que supostamente tenho de te amar

Distribuir em preliminares de mérito

E avoquei a tutela de um o amor antecipado

para que o pressuposto de amar não me consuma

E assim os pressupostos contemplem as razões do pedido

De valor à causa no que não vejo, mas sinto

E, não havendo inépcia na petição dirigida,

fiz os meus pedidos:

– que do teu amor eu me seja completamente contemplado;

– e que de toda a sorte eu possa tê-la por toda a minha vida;

– que dias felizes possam fazer os nossos dias;

– e, por fim, que no teu coração, o meu pedido de amar me seja deferido;

– e que lhe seja negado todo e qualquer pedido de apelação, pois sem teu amor não vivo.

Sem mais, subscrevo-me em nome do amor de quem deveras a ama.

Nilson Ericeira