Em mar revolto

Batendo em ondas límpidas

Espumantes…

Que nem sempre se esvaem com o vento

Nem dissipam com o tempo

Só pedindo socorro a gaivota distante

Em taquicardias constantes

Parece encalhar em si mesmo

‘Velejante’ passageiro da aurora

Um denunciante de si próprio

Pois vive a implorar por calmaria

E na crista da onda da vida surfa

Talvez melhor seria solidão

A enfrentar noites e dias em tempestades

Ou até ferir-se nas suas próprias feridas

Pois o mar é tão imenso quanto os céus que cria

E o amar surge como onda gigante

Que vez ou outra quer seu coração alagar

Mas se o vento me levar para o mar

Antes serei o vento bom que me leva para ti

Do mesmo que colocas meu coração em calmaria

E quando a gaivota voltar

Peço desculpa por mal juízo dela anunciar

Nilson Ericeira