Uns equilibristas!

Ou malabaristas, talvez

Olha só o que a vida nos faz

Nos atira no mundo

Caminhamos, retrocedemos, chegamos

Topamos, seguimos…

Mas há os que não se movem

Mesmo com pernas ligeiras

Mãos apressadas

Mentes frívolas

Pois estes acorrentados pela ganância

Àqueles, livres por asas…

Somos uns equilibristas

Ou malabaristas, talvez

É que vivemos a nos segurar nos fios da vida

Por vezes, esbarramos em nós

Noutros, somos malhas, tecidos

O nosso eco nem sempre é só a nossa voz

Mas o que sentimos

A forma como vemos os mundos

E o jeito de nos relacionar

Uns se preferem páreas

Mesmo que em luxúrias

Exibicionimo e deboches

Àqueles à humildade

É certo que vivemos a nos equilibrar

Por vezes, nos dispersamos na ânsia de amar

Outras, nos perdemos na ganância de só ganhar

Mas precisamos encontrar o nosso pêndulo

Que pode estar em nós

Ou muito de distante de vós

Nilson Ericeira