Na caverna

Há um silêncio
Todos em silêncio
Num tempo sombrio
Uma humanidade de aparência muda
E taciturna
Recolhida aos escombros
Emitindo sons inaudíveis
Refletindo sobre coisas suas
E do mundo
Padecendo calado
Assistindo a um mundo sombrio
Procurando respostas
Fazendo perguntas
Buscando justiça
Alheio a tudo
Ou a quase tudo
Pois insiste em escutar a voz
A sua voz muda
Do seu próprio coração
Em silêncio
Buscando os ecos no tempo
Escutando a dor dos que que não têm
Dos desvalidos,
Desabrigados,
Desalojados,
Famintos…
E quando vê clarão no céu
Congela seu coração
Pois enlameiam de sangue e dor os irmãos
Sente-se impotente e pobre
Faz do silêncio o seu protesto
O seu maior e mais expressivo protesto:
A dor do irmão!
E grita rasgando-se em si mesmo
Libertem-se, liberte-nos
Pois a vida não é uma caverna
Nilson Ericeira
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