A redenção dos meus pecados

De uns olhos turvos,

E hermeticamente fechados

Ser enrijecido

Coração tingido
palavras mudas

Ouvidos inaudíveis

E sem ecos…

De percepção controversa

Na sonolência profunda

Mas redimo-me Senhor de ter sido tão vil

De fazer tanta gente sofrer

De até me diverti com a morte de um irmão

De tantas vezes te afrontar

E de te pedir tanto sem te aceitar

Portanto, perdoe-me

Pois me enlameei aqui na ganância

Na sonegação, na luxúria, na avareza

Largueza e egoísmo

E, para completar, te fiz mercadoria

E expus a tua Santa palavra em prateleiras

A comercializei em cifras autoritárias

Li a tua Palavra

Mas a anunciei como se fosse um Ser vingativo

À mesma dei a interpretação conveniente

Fui a tua igreja, mas tomei posse dela

Escolhi pessoas

Segreguei, discriminei…

Mesmo sabendo que não faze acepção de pessoas

Fiz da Política uma lama

Associei-me ao consócio do mal

Vi meus irmãos morrendo por falta de ar

Ironizei, debochei e achei até graça!

Não contive o meu rebanho

E tingi todos da pior espécie

Senhor, sei que não são poucos os meus pecados

Mas busco a tua Clemência

Ensine-me nos teus caminhos

Mostre-me a tua luz

Sei ser um ser complexo

Mas tenho um coração

Então,

irrigue a minha consciência com tua unção

Nilson Ericeira